domingo, 26 de dezembro de 2010

Ilhas Canárias (Lanzarote)

Há exatos quatro anos atrás (Natal/2006), embarcamos num pacote passagem+hotel, num voo direto daqui de Ålesund/Noruega. O destino era a ilha de Lanzarote, que junto de Gran Canária, Fuerteventura e Tenerife, formam as Ilhas Canárias. Localizadas a noroeste do continente africano. O território é espanhol, a moeda é euro, além de ser zona franca (tax-free). O voo direto em si foi fantástico. Apenas quatro horas de viagem, voando dentro dos países membros do schengen, dispensando o controle de passaporte. Ainda ambientando-se ao clima norueguês, buscamos um fim de ano mais tropical. Um pouco acima da linha do Equador, a temperatura beirava os 20 graus positivos em dezembro. Bem melhor que por volta de zero grau, mas esperávamos calor! Abro um parêntesis, de volta a 2010, para afirmar que hoje, consideramos 20 graus como calor. O problema foi que nunca parou de ventar!
La Santa
A ilha oferece muitas opções para a prática do surf. Basicamente, quando venta de um lado, surfa-se do outro. Picos de surf famosos como: EL QUEMAO (apelidado de Pipeline do Atlântico); La Santa; Boca del Abajo e outros. O localismo na ilha é famoso. Como eu surfava sozinho, já que Valesca, minha esposa, apenas filma, näo enfrentei problemas. Suspeito que meu visual (pele morena, cabelo raspado preto) não era visual de turista. Muitos me cumprimentavam ao chegar no outside com um "buenos dias", seguido de um sorriso, e eu, para não perder a pose, e cair a máscara, apenas balançava a cabeça, positivamente, sorrindo de volta. O surf não foi constante, apenas três dias em sete. Flat na chegada, com a chegada de um swell considerável, que foi baixando rapidamente. No ápice do swell, estava eu junto com o Cedric (um francês que vive com os 300 euros de seu seguro-desemprego, morando dentro de um carro velho e pequeno, comendo biscoito e água, para poder desfrutar das ondas), de frente para El Quemao, com estrepe no pé, em cima da última pedra, pronto para pular no canal. As ondas estavam com 4m de parede, séries maiores. O crowd era composto na maioria por bodyboarders. Uma galera composta por 5 a 6 pessoas se destacava dos demais, situando-se mais ao fundo, na espera das maiores. A disputa era pelas intermediárias. Ondas rodando com força! O francês pulou na água, e eu fiquei analisando mais um pouco. Ele varou a arrebentação, rapidamente, com a ajuda do canal. Em menos de 5min, ele desceu uma boa esquerda intermediária, que acabou fechando. Na sua volta, foi agraciado pela série. Imensa, por sinal. Deu pena. Ali, minha dúvida se entrava no mar ou não, estava desfeita. As condições estavam acima do meu nivel de surf e coragem. Fiquei filmando apenas. Video do dia:

No dia seguinte, finalmente, consegui surfar em El Quemao. Fim de tarde com apenas 5 pessoas na água. Mar já tinha baixado consideravelmente para 1,5-2m de face.
Um Long john de 3mm é indispensável. A água, ,eio gelada, é um azul escuro peculiar e belo. O fundo é de pedra vulcânica, não muito afiado.
No outro dia, peregrinando com o carro, tentando encontrar um pico bom para surfar, parei para olhar um surfista solitário na praia de BOCA DEL ABAJO. O mar estava subindo e acertando. Resolvi entrar na água, o que foi uma decisão acertadíssima! Peguei muita onda boa, e por mais de 1h, apenas na companhia de uma pessoa. Valesca estava filmando da praia, de frente, ondas com série de 2m (onda se mede pela frente, caramba, já que TEAHUPPO teria sempre 0,5m por trás). Num belo momento, avistei Valesca correndo pelas pedras, do meu lado esquerdo, olhando pra praia. Gritando e acenando, resolvi voltar remando para me aproximar, e descobrir o que se passava. A 100m dela, pude entender a gritaria. Algo desse tipo: "ô, seu FDP, eu vou te matar, e enfiar essa filmadora no seu C*! Vai ficar de papinho com essa mulherzinha aí na água?!?!?!". Eu balancei a cabeca e respondi. O cabeludo é homem! Hahahaha! Hilário. O melhor disso tudo, foi que a filmagem passou a ser feita das pedras, lateralmente. E o cabeludo inglês ainda saiu da água primeiro que eu, para evitar controvérsias!



Surf à parte, a ilha é repleta de atracöes interessantes.
Você se sente na África, mas com infraestrutura européia!
Passeios de camelo, cactus, oásis!
O parque dos vulcões é impressionante. Atividade vulcânica ainda existe na ilha. Aliás, metade da área da ilha é coberta por lava vulcânica, fruto de uma mega erupção no inicio do século XX. Muita gente morreu, infelizmente. Foi a primeira vez que cheguei perto de um vulcão.
Na parte norte da ilha, existe um mirante alucinante! Com vista maravilhosa para ISLA GRACIOSA. Vale o confere!

Visitamos o CASINO da ilha em duas ocasiões. Sempre apostando no black Jack, tivemos um jantar custeado pelo casino!
A praia mais bonita foi a dos Papagaios! Abrigada do vento e bem frequentada. Linda!
A viagem foi muito bacana.
Tudo que é bom, passa rápido, e essa semaninha em Lanzarote voou...espero retornar algum dia.
Mirante com Isla Graciosa ao fundo
Isla Graciosa


Oasis


Playa del Papagayo

Cactus

3 comentários:

  1. Kct Noruega!!!!!

    E melhor do que ler o surfline!!!!

    Valeu pela aquela marola de lohis!

    Feliz Natal atrasado, boa virada de ano!!!

    Cadu e carol!!
    Cadu Zahran

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  2. Merda nada!!!! Ta irado Gustavão!!!!

    Parabéns por mais essa... Tava dando uma olhada...

    Um 2011 com nova ondas a serem desbravadas!!!!!

    Para os demais o mesmo!!!!

    Renato Forrester

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  3. Boa Gustavão! Tou eu aqui em SP, sem fazer p orra nenhuma no banco, acordei as 5am para voltar pra esse lixo mas a leitura do teu blog ta dando uma aliviada! Boa brother, bons relatos das trips e muito bem escritos. Já tem uma carreira paralela garantida!
    Pedro Henrique

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