Nipussi |
Hollow-Trees (HT's) - our boat in the background |
HT's (known also as Lance's Right) |
Greenbush |
Greenbush |
Lance's left |
Lance's left |
Nipussi |
Bankvaults - strongest wave |
Rifles - probably the best right hander in the world! |
Rifles - 5h in the water this morning. What a day! |
Nipussi (last day) - only 6 of the 10 guys in the boat. |
Lances left! |
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Rifles! |
Lances Left. |
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Rifles (by Bruno Veiga) |
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Sequência em Lances Left |
VIDEO:
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Mentawai Trip
São quase 2 dias de viagem até pegar a primeira onda. Mas, se demorasse 5 dias, ainda assim valeria a pena! Ålesund->Oslo->Instambul->Singapore->Jakarta->Padang e mais 9 horas de barco, saindo da maior ilha da Indonésia (Sumatra). Aliás, a Indonésia é gigante! País com o maior número de muçulmanos. Minha 1a vez na Oceania!
Dez surfistas brasileiros, dois fotógrafos e uma tripulacão de cinco indonesianos, que diga-se de passagem, agradaram igual nossas avós costumam fazer. Seis surfistas do RJ e quatro de SP. Galera show de bola! Um fotógrafo baiano, e outro argentino, mas que vive entre Maresias e Mentawai.
A viagem durou 12 noites, e tivemos o prazer e a sorte de surfar todos os onze dias! Pegamos o final de um swell, e o inicio de outro. Maravilha.
Quem gosta de surf e curte uma viagem, tem que ir pras Mentawai. PQP! Aquilo é muito bom. Ondas top de linha e sem localismo!
Meu CV estava bom: Ilhas Reunião, Costa Rica, Panamá, Canárias, Maldivas, Tahiti, Biarritz, mas confesso que estava reticente quanto a esta viagem. Uma das razões era meu backside fraco, já que mais de 90% das ondas surfadas na minha vida foram “esquerdas”. Imaginava o barco fundeando ao lado de uma “direita” insana, com todo mundo entrando na água, e eu amarelando, ou tendo que dropar bombas tubulares, quebrando em cima de uma bancada de corais rasa e afiada.
Após comprarmos mais algumas caixas de cerveja, embarcamos no final da tarde. A travessia foi um pouco agitada. O jantar quase saiu de volta pela boca. Durou a noite toda. Barulho de motor, balanco do mar, e o pensamento nas ondas que apareceriam, não me deixaram dormir direito.
Conforme minha “visão”, a única opcão surfável pela manhã era “Lances Right”, também conhecida como Hollow-Trees (HT’s). A direita mais pesada de todas. 6h da manhã, todos de pé, desencapando as pranchas, e já havia 6 barcos no pico. Definitivamente, não estávamos sozinhos! Um acordo entre os barcos diz que o barco ao chegar deve esperar 30 minutos antes dos surfistas entrarem na água. Respeitamos o “deal” e entramos na água. Usava minha botinha nova pela 1a vez. Numa bancada de corais apelidada de surgeons table (mesa de cirurgia), não ia ser eu que arriscaria na primeira caída da trip. Os 60 dólares sairam barato, quando tive que ficar de pé na bancada, para pular uma espuma branca que vinha em minha direção. Não havia profundidade para dar “golfinho (joelhinho, ô meu)! Esse dia teve australiano perdendo a linha na água...chamando neguinho pra porrada, puxando estrepe de outro, para entäo rabear nosso camarada e sair da água. Outro australiano surfou a manhä inteira trajando um bikini rosa. Estava pagando por ter feito alguma merda em Maccaronis, averiguei.
No dia seguinte, atracamos em frente a Greenbush. Aquela famosa esquerda, em que o Dane Reynolds pegou um tubo no “young Guns II”, que deixou até Kelly Slater impressionado. Quem madrugou na água se deu bem, pois o vento entrou depois das 8h. Mesmo assim, deu para pegar boas ondas. Apenas dois barcos em Greenbush! O swell estava perdendo a força, mas confirmamos Maccaronis para os dois dias que seguiam. Depois da construção do “Maccaronis resort”, só podem atracar dois barcos por dia. Nosso guia fez a reserva para esses dois dias com uns 15 dias de antecedência. Se vai haver boas ondas ou não, acaba sendo meio na sorte…o mar estava sendo considerado “flat”, e o Segundo barco nem apareceu. Realmente, estava meio metro com series maiores, mas a marola é fantástica. Todo mundo dizia que era o melhor flat da nossa vida! Saí da água quase escuro, contemplando um dos pôr-do-sóis mais incríveis que já vi. Tentamos nos organizar no outside, criando uma fila. Demorou um pouco para o sistema funcionar. Acostumados com a regra dos beach breaks brasileiros, onde quem está mais no pico tem prioridade, era dificil de adaptar-se às regras dos campeonatos e prioridades. Acabou funcionando no final. A onda é muito boa para treinar batidas e rasgadas. Dá para repetir toda onda, cada vez com mais força. Que esquerda!
A rotina no barco era a seguinte: acordávamos às 6h, cereal e primeira bateria de surf. Lá pelas 10h, saía da água para um café-da-manhä forte. Depois era dar uma relaxada no deck superior, curtindo um sonzinho, umas cervejas bintangs, vendo as ondas e fazendo algumas filmagens. Lanche rapido às 12h. Nova descansada, para a 2a bateria do dia, que ía até o pôr-do-sol. Houve dias com uma caída intermediária ao meio-dia.
Depois de Maccaronis, surfamos Lance’s Left com um tamanho um pouco maior. Outra esquerda fenomenal. Havia uns 3 barcos. A onda que mais gostei. Foram duas boas caídas.
Depois, encaramos uma outra esquerda, mas bem mais pesada: THUNDERS. Do barco parecia um mar com ondas de meio metro. Assim que chegamos ao outside, entrou uma série de 3,5m de parede…(foda-se, onda se mede pela frente, TEAHUPPO que o diga) que fez com que a galera batesse pé e tudo! Num determinado momento, um astraliano pediu pra galera deixar um deles descer na onda, pois como médico, tinha que socorrer um boadyboarder da barca deles. O impacto com o coral foi tão grande, que atravessou o pé-de-pato do cidadão. O clima na água ficou emocionante. Peguei poucas ondas e foi minha pior bateria. O barco navegou pela noite inteira. Saímos do Sul para a região de “playground” no norte. Swell indo embora, atracamos em Nipussi pela manhã. Olhando a onda de trás, você tem certeza que está 1,5m de frente. Mesma coisa de Thunders. Dessa vez, ouvi o argentino e coloquei a 6’6’’ (prancha) na água. Sempre vinha uma onda lá atrás que “varria” todo mundo. Ainda bem que vinha umazinha apenas. Surf bom e tranquilo. Fundo. No dia seguinte, acordamos com o baiano gritando dentro do barco: “meu irmão, tem que ver a série que está Rolando em BANKVAULTS! Que tubo!!!!!! Era hora de tirar a 6’8’’ da capa de viagem. Apenas metade do barco pulou na água. Direita mais pesada da viagem. Cinco goofies (Renato, Renatão, Dudinha, Pedrinho e eu), contra três regulars (Zardo, Playson e baiano). Não demorou muito, para eu descobrir que a coisa estava feia. Séries de quase 4m de parede (2,5ão). Remando pelo canal, vi o baiano tirar um tubão com as mãos para o alto! A cara dele na hora da cavada, antes de encaixar no trilho, era de pura adrenalina e concentracão. Comecei comendo pelas beiradas. Entrou uma série que pegou todos que estavam no outside. Por sorte, estava eu, voltando de uma onda intermediária. Peguei a espuma bem menor. Mas, sacudiu bastante. Estava bem fundo, descobri. Dudinha tomou ela na zona de impacto. Largou a prancha, e ficou sem ela. O bote o levou para resgatá-la. Um dos nossos saiu da água sem pegar nenhuma onda. E era um dos mais “cascas”. Disse ele, que viu um tubarão…quase saindo, levei uma série que me trouxe no repuxo. O caldo foi longo. Depois veio mais outra, e não consegui segurar minha prancha embaixo d´água. Quando vi que o ar estava escasso, peguei impulso com o pé no coral, e subi rapidamente. Corte de leve, mas coração saindo pela boca. Estava eu na montanha K2, parecia. No final das contas, as fotos valeram o perrengue.
A sessão de fotos antes do jantar foi uma zoeira só! Quem entrou, não se arrependeu.
No dia seguinte, acordamos com o argentino, com seu paulistês carregado, gritando: “Meu, “cês” sãn lôôôcooos…dormindo…? Acorda, moçada, RIFLES tá bombandooooo”. E estava mesmo! O nome já diz tudo. A direita abre um braco longo que parece um rifle. Várias sessões na onda, incrível. Tinha uma mulecada da quicksilver da europa, que tirava uns três tubos por onda. Animal. E eu, brigando com minha mão-na-borda, e meu backside. Fiquei 5 horas na água. Lembrei quando tinha 15 anos, e ficava direto no mar. O visual era show. A onda era Linda. Aproveitei para surfar sem camisa e pegar um solzinho. Aliás, estava um maçarico! Voltei pro barco e busquei a camisa de lycra. No ultimo dia, rifles diminuiu e voltamos pra Nipussi, que sempre tem onda, incrível.
Fizemos uma vaquinha, cada um dando 100 dólares, e demos para os 5 indonesianos. Os caras ficaram radiantes. Brasileiro tem fama de não dar gorjeta. Ainda levaram óculos da Oakley, camisa, Bermuda, etc. Os caras mereciam! O cozinheiro arrebentava. Todo dia um rango diferente! Cerveja, coca-cola e sucos sempre gelados. Tentava entrar na água remando, e lá vinha o piloto do bote par ate pegar no meio do caminho. O homem-de-convés pegava sua prancha na chegada e a guardava no local certo. O capitão colocava o barco onde era preciso. Sem economia de diesel ou papo-furado.
O ramadã acabou um pouco antes do fim da viagem. Os caras sofriam. Sem comer e beber enquanto o sol raiava. Para compensar, passavam a noite inteira comendo. E o “noodle” rolava às 6h da manhã, ainda escuro. Meu estômago se revirara ao sentir aquele tempero de manhã!
Mantive contato com Valesca e Rebecca através do telefone de satélite do barco.
A Mentawai são compostas por mais de 1000 ilhas.
Das ondas famosas, ficaram faltando: Hideaway, E-Bay. A-frame.
Esse filme há de continuar.
Peguei o contato do barco, alguém se habilita?
Valesca fez a seguinte proposta: se eu me converter ao judaismo, posso ir todo ano!
Shabat Shalom!!!!!!!!!!!
G