quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Viagem ao Japão!

Trip to Japan!

 

 

Nunca havia marcado uma viagem à trabalho com tanta antecedência. Os bilhetes tinham sido emitidos há dois meses atrás. Estava aprendendo com nosso cliente japonês. Planejamento feito, agenda das reuniões listadas, itens e soluções bens discutidas, economia na passagem com compra antecipada, etc. O Japão que tanto influencia o mundo com seus costumes, história e indústria. Quem nunca ouviu falar de Judô, Sushi, Samurai, Shogun, Karaoke, Sony, Toyota, Honda, Hiroshima, Kawasaki, Panasonic, Trem-bala? Até que um vulcão na Finlândia entrou em erupção e estragou a bela programação. O voo estava marcado para 2a-feira às 7h da manhã. Seguindo, atentamente, o paradeiro da nuvem de cinza vulcânica, estava relaxado, esquiando no domingo anterior ainda sem fazer a mala. A viagem ao Japão estava sob risco. Três dias de angústia. Conseguimos embarcar na 5a-feira de manhã, e 1h depois que saimos de Ålesund, o aeroporto fechou. Conexões rapidíssimas em Oslo e Zurique, até a chegada em Tokyo. Vim revendo o filme mais visto da História do cinema (Avatar) e tomei minha primeira cerveja japonesa da viagem: Sapporo. Recomendo a compra de um headphone com anti-ruido! Sensacional! O avião ainda estava taxiando e eu já estava impressionado. Aeroporto gigantesco (Narita). Mal saimos de bordo, já tinha uma representante da companhia aérea com nossos nomes num papel. Mostrando-se muito envergonhada e sentida pelo acontecido, informou que nossa mala ainda estava na Suiça. Levamos tempo preenchendo tanta papelada e perguntas. As malas chegariam no mesmo voo do dia seguinte, e em 6h eles não seriam capazes de mandar nossa mala para o hotel, antes de fazermos nosso check-out. Achei estranho. Mandariam direto para Kyoto. Engraçado foi a cara dela de chocada, quando meu amigo respondeu que tinha peixe na mala dele. E na minha tinha garrafa de Aquevit para presentearmos os japoneses. Nosso cliente estava nos esperando do lado de fora. Ainda bem. Pegar um trem sozinho até o centro iria lever bastante tempo. Segundo susto: no Japão a mão de direção é "Inglesa"! Não tinha a menor idéia. A essa altura, estava dificil manter os olhos abertos, por causa do fuso de 7 horas. Num seven-eleven, compramos o kit de sobrevivência básico na conta da Swiss Air. Check-in no hotel às 11h (onde pagamos extra por ter feito check-in 3h antes do horário normal). Destaque para o vaso sanitário high-tech (ver foto). Banho rápido e a primeira refeição na Terra do Sol. Um chá verde (gree tea) foi a primeira coisa que nos serviram. Depois sopa, coca-cola e bife grelhado na chapa!! Restaurante típico de almoço "executivo" (rápido). Rapidamente, já estávamos em outro trem, a caminho da Sea Japan (feira de equipamentos navais). Valeu a experiência. Kawasaki, Daihatsu, Mitsubishi. Bem pequena se comparada à Nor-shipping e SMM. Pedi ao japonês para nos levar numa loja da Apple. Fomos à "cidade eletrônica". Nem em Tokyo o iPad havia chegado, incrível! Pensei que fosse problema típico de Ålesund. A loja da Mac ficava em Ginza. A rua lembrava o Champs Elysées com todas as grifes. Passamos por um bar onde "os japoneses se encontram após o trabalho para falar mal do chefe". Tirei uma foto rapidamente. Veio um cara gritando lá de dentro…hehehe. O japonês nos levou para jantar num típico restaurante de sushi. Finalmente! Tirar os sapatos é obrigatório. Mas não se preocupe, porquê na hora de ir ao banheiro, tem um chinelinho te esperando! Eu fotografava tudo! E também comia todos os diferentes tipos de peixes e frutos do mar que ele nos apresentava. Aprendi que a propriedade da água local, com poucos minerais, faz uma grande diferença na qualidade da preparação do arroz do sushi. Junte isso à técnica que eles tem no cultivo do arroz, adicione peixes frescos, obtêm-se um sushi nota 10. Para substituir essa "água mágica", a melhor opção é a marca francesa "CEVIC". No restaurante não tem guardanapo. Usa-se uma toalha quente e molhada. E sushi come-se com as mãos! Sashimi (peixe crú sem o arroz) e outros pratos é que se comem com o hashi (chop sticks). Brindamos diversas vezes: "Kampai". O Saquê estava descendo "Redondo". Excelentes cervejas: Sapporo, Kirim, Santory e Asahi. A bateria estava praticamente descarregada nesse momento. Voltamos ao hotel, e para nossa sorte, não conseguimos vaga nos passeios turisticos do hotel. Resolvemos tomar café-da-manhã às 8h para aproveitar o dia. Nunca havia enfrentado fila para tomar café. Meu estômago achava que era 1h da manhã. Para confundí-lo, ainda mais, depois do tradicional café "americano", ataquei um rango japonês: arroz, carne com curry, nuggets e anti-ressaca (coca-cola). O metrô de Tokyo é composto por diversas linhas. Visitamos o templo de Asakusa. Tokyo tem apenas 20 milhões de habitantes, fora os turistas. Cinco vezes a populacão da Noruega. Aliás, imaginem um país do tamanho de Curitiba, com 120 milhões de habitantes. Muita gente. Dali, partimos para o Castelo Imperial. Inacreditável o contraste visual dos arranha-céus com o templo. Época boa: estação das "cherry-Blossoms". Dali, governava o japão o Shogun. Diversas entradas/acessos, com diversos check-points, guardadas pelos guerreiros samurais. Quem estava odiando a viagem eram meus pés. Amassados pelo meu sapato de couro, pois o tênis estava na mala perdida. Ainda deu tempo para um franguinho à milaneza. Estávamos "on schedule" na estação Shinagawa, prontos para embarcar no shinkansen, famoso trem-bala. O sistema japonês deu show no TGV francês. Marcado no chão e na tela acima, estavam o número do vagão, que vai parar ali na frente com precisão de centímetros. Pontualíssimo! Estávamos indo de Tokyo para Kyoto, berço da culinária e tradições japonesas. Abro um parêntesis para agradecer ao vulcão da Finlândia, pois iriamos para Osaka no roteiro original. Kyoto foi poupada pelos bombardeios americanos na grande Guerra. Milhares de templos e "Shrines" (portais) de séculos atrás. O japonês (Tsuruoka-san) nos encontrou dentro do trem. Check-in no hotel mais caro da viagem, que ficava do lado da estação. O japonês organizou tudo, impressionante. Perguntei sobre internet wireless na recepção, e recebi um pacote com um modem, cabos e fonte! Perguntei a mim mesmo onde estava a tecnologia japonesa…Caiu a noite. Era hora de mais uma degustação. Devido ao sucesso na noite anterior, onde 100% do que nos foi servido agradou, decidimos arriscar num mega-combinado, não só de sushi-sashimi. Tinha de tudo. Formatos, cores, têxturas e gostos indescritíveis. Alguns bons, outros nem tanto. Adotei a tática de reservar os sashimis de atum para sobrepôr as experiências terríveis. O campeão da desgraça foi um pudim/sopa de ovo com peixe. No domingo, mesmo esquema do dia anterior: café cedo e pé no trem. Metrô de Kyoto era brincadeira de criança perto do de Tokyo. Fomos ao Nijo Castle, de onde foi governado o Japão por anos. Não era possível fotografar os ambientes internos. Contruções belíssimas. Na esquina do castelo, uma loja vendia espadas de samurai. Chegavam até R$ 20.000,00. Vendia-se cópias com preços mais acessíveis, mas não sei o que a alfândega de Oslo iria achar. Tinha também estrelas de ninjas! Preferi não arriscar. Resolvemos pegar um taxi até o templo Kinkaku-ji (golden palace). Saindo da Noruega, até o Japão é barato. Show! De qualquer maneira, meus pés estavam pagando o preço que fosse. Ainda mais, divindo com meu camarada norueguês, Vegar. Sem dúvida, foi a melhor atração turistica da viagem. Cenário de filme. Outro táxi para o bairro de Gion, famoso pelos templos e pelas gueixas. Famintos, escolhemos o restaurante dos grelhados. Aliás, na porta dos restaurantes tem fotos ou pratos com comida plástico, para ajudar os turistas. Quem acha que no Japão só tem peixe-crú está por fora…comemos picanha! Isso mesmo! Quanto tempo! Chegando ao hotel, encontramos nossas malas. Iida-san (gerente de contrato do estaleiro japonês) nos aguardava no lobby do hotel. Tomamos um whisky japonês (Santory 12 anos). Tipo Scoth, bem suave. Pegamos outro trem: Kyoto-Maizuru. Do trem, com mala e tudo, fomos jantar numa "churrascaria" japonesa. Aliás, estilo coreano, disse ele. Carvãozinho no centro da mesa, junto com as carnes fatiadas. Contra-filet, lingua de boi, filet mignon, maminha. Com dois molhos à base de shoyo. Um mais apimentado, outro suave. Bom demais. Voltamos cedo para o hotel, e num estado etílico tranquilo.

Enfim, hora de trabalhar. Chegamos ao Estaleiro às 8:30h e fomos recebidos na entrada por Iida-san. Nem crachá, nem registro, nem perguntas. E olha que eles estão construindo e fazendo diversos reparos para a marinha japonesa. Recebemos as boas-vindas do presidente do estaleiro, que veio nos dizer pessoalmente a importância da construção desses barcos offshore (PSV) para a Universal Shipbuilding Corporation. Fizemos uma visita pelo estaleiro. Impressionante a limpeza e organização. Com mais de 100 anos de existência, mas com boas instalações. O dique-seco foi construido pela marinha nos anos 40, na intenção de construir navios de guerra capazes de atravessar o canal do Panamá, com o objetivo de bombardear New York! Perguntei quantos porta-aviões possuia a marinha deles e a resposta foi surpreendente: nenhum. Os EUA não nos autoriza possuí-los! Parte do tratado pós-guerra. Aliás, os americanos de lá não sairam até hoje. Tem 3 bases navais, e o acordo prevê que eles sejam responsáveis por defender o Japão em caso de qualquer ataque! Imaginei o barulho que isso faria se no Brasil também tivéssemos base da marinha Americana…o japa me disse que, se eu quisesse garantir uma estada mais longa no Japão, era só tirar foto dos navios da marinha que estavam no estaleiro. Segui o conselho, sem stress. A construção naval brasileira foi moldada baseada no estilo japonês. Fui, finalmente, conhecer o "acabamento avançado" (onde todos os tubos, bases, e equipamento são instalados nos blocos, antes da edificação). Só conhecia "de boca". Aliás, as chapas de aco já são cortadas prevendo os tubos. Depois do lançamento do navio (53 dias no dique), vão entregar o PSV-09 em 5 meses. Achei meio otimista, mas não quis colocar água no Sakê do japonês. Isso significa lancer 20.000m de cabo por mês! Quase 1,000 por dia. Apostei com o norueguês que isso vai ser o caminho crítico da obra. Bom, chega de papo de estaleiro. À noite, eles organizaram um jantar/festa para a gente. 20 japoneses e nós dois da STX. Três mesas e nenhuma cadeira! Buffet com comida quente, sushi, sashimi, cerveja, sakê. Discurso daqui, discurso dali. Até que pintou uma macarrãozinho, tipo sopa, que você tinha que sugar com força, fazendo barulho! Meio sem gosto. Até o vinho tinto japonês era bom. Para não dizer que tudo era bom, o pão era uma M! O chá verde também. Amaaaaaaargoooo. Mesma rotina no dia seguinte. Reunião de 8:30h às 17h. Fomos jantar num restaurante de sushi. Ao lado da mesa, passa uma esteira com diversos tipos de comida local. Era só pegar. Na hora de pagar a conta, você paga pelo número de pratos. Mas também pode pedir "à la carte". Quer dizer, "à la tela". Você clica na tela do monitor afixado na mesa, escolhe a iguaria/bebida e digita quantidade, e OK. Em minutos, na esteira de cima, chega um prato, que apelidei de trem-bala. Você pega seus pratos e aperta um botão, fazendo que o trenzinho retorne. Vejam video! O movimento é magnético. Jantamos por mais de 2h. Depois disso, chegou o motorista do presidente, num carro preto, tipo máfia japonesa, nos levou para Osaka. Do banco de trás, mudávamos o CD, o volume, o ar-condicionado, etc. Belo fim de viagem. Definitivamente, o Japão é um lugar que deveria ser visita obrigatória! A única coisa interessante que aconteceu no hotel do aeroporto de Osaka, foi a leitura do procedimento em caso de terremoto! Não saia do quarto, atenção com objetos que possam cair na sua cabeça, acompanhe notícias pela TV, e não pegue o elevador. E às 6h da manhã, iniciamos o retorno: Osaka/Tokyo/Copenhagen/Oslo/Ålesund. E o Avatar novamente na telinha do avião.

 

 
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Abraco!

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