quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Journey to Cochin/India: amazing experience

Journey to Cochin / India  - Amazing experience
 
 

E lá estava eu, sentado no avião da SAS às 7h da manhã de sábado, iniciando a odisséia para a India. Diferente do navegador Vasco da Gama, não estava indo ao encontro das especiarias, e sim de uma visita ao nosso estaleiro cliente. Após o anúncio de um problema no indicador de freio da aeronave, fomos todos obrigados a desembarcar. Quase perdemos a conexão em Oslo. Conseguimos desembarcar, faltando 10min para a partida do próximo avião. Chegando em Londres, outra conexão apertada. Dirigimo-nos ao portão de embarque. Tinha um avião novíssimo da Singapore Airlines no portão de embarque ao lado. Um airbus A380. O maior e mais moderno avião da atualidade. Bateu aquela inveja. Fiquei imaginando como seria seu interior. Dois andares por todo o avião. Não demorou muito, e chegou nossa hora de embarcar. Só  dava para enxergar a cabine do nosso avião da Emirates. Mais estava lá, escrito, bem abaixo da janela da cabine de comando: A380. A viagem que começara mal, mudava de rumo naquele momento. Que avião! The future has arrived (Emirates marketing). Eram 88 filas de 10 assentos cada. Tripulação de 26 pessoas. Celular em cada assento, telefone interno e internet à bordo (a pagar), cabo USB, tomada para laptop, etc. Espaço para minhas pernas enormes. Nada como uma comida árabe para saciar a fome, que era do tamanho do avião naquele momento. Fomos bebendo cerveja até Dubai. A tristeza foi rodar aquele aeroporto inteiro e não encontrar mais uma gelada à venda. Estávamos na terra dos muçulmanos. Após 20h de viagem no total, chegamos a COCHIN. Exatamente onde chegaram os portugueses há mais de 510 anos. O trânsito não era tão caótico quanto no Vietnam. O Estaleiro Indiano fez nossa reserva no Hotel Le Meridien. O cansaço era grande, mas não pude resistir àquela convidativa piscina com sol e 30 graus de temperatura. Os "Norugas" foram dormir. Azar o deles! O buffet do almoço do hotel era surreal. Inúmeras opções de pratos típicos da India. Confesso que sou fã da culinária local. O hotel oferecia um passeio de barco de 1 hora pelas "backwaters". Um lago bem longo por detrás do hotel, cercado de coqueiros e palmeiras por todos os lados. Davam um ar de paraíso, naquele pobre local. A água era escura, talvez poluida, mas não tinha cheiro, e o passeio foi tranquilo. Partimos, então, para um passeio turistico. Visitamos o forte cochin, construido pelos portugueses, e as redes de pesca chinesas, e a tumba do Vasco da Gama. Sabia que o time do vasco estava na pior, mas não sabia que tinha sido enterrado (sic). Jantamos por lá, e voltamos para o hotel cedo. Até que resisti bem. O fuso horário era estranho: 4½h.

Acordar às 7h foi duríssimo! Mais dura ainda, foi a segurança para entrada no Estaleiro. Cadastro na entrada com passaporte (visto de trabalho exigido). Cameras fotográficas retidas. Recebe-se um registrol com sua foto e as áreas com acesso permitido. A entrada do estaleiro é patrulhada com guarda armada de fuzis, e o fundo do carro é inspecionado (anti-bomba). A paranóia com a seguranca é acentuada, devido à construcão atual do primeiro porta-aviões para a marinha da India. O casco está sendo finalizado no dique-seco. Servirá para ajudar na patrulha da longa costa contra os terroristas. No último ataque do terror, ocorrido em Mumbai, a entrada ocorreu pelo mar. Explodiram uma bomba e mataram quase 150 pessoas no luxuoso hotel Taj.

O estaleiro é enorme! Trabalham cerca de 2500 pessoas no momento. Dispõe de dois diques secos (300 x 40m), que ainda podem ser bi-partidos. Tinham 11 navios de apoio offshore no cais de acabamento (projeto Rolls-Royce UT-755).  No outro dique, estava docado um petroleiro da marinha indiana. São certificados pela ISO 14000.

Os indianos são pessoas bem legais, além de muito competentes. Na cidade de Cochin, A distribuicão religiosa é a seguinte: metade das pessoas é Hindú, 30% muçulmano, e 20% católica. O povo de Cochin é bem religioso, mas não tão ortodoxo em relação aos preceitos do hinduísmo. Achei que nunca veria carne de boi servida nos restaurantes, mas surpreendi-me com a informação que muitos deles comem carne.

O estaleiro é 100% do governo da India, o que burocratiza demais o processo de compras. Pastas de papel passando de mesa em mesa, com o processo inteiro, coletando as devidas assinaturas. Estão sempre sujeitos às auditorias do governo, ministério e outros orgãos governamentais. Tudo tem que ser by the book. Ficaram surpresos em saber que eu era brasileiro. A maioria nunca tinha encontrado um sulamericano. Demonstravam bastante conhecimento sobre nosso futebol, apesar de não fazer parte dos esportes preferidos da India. Perguntaram o que eu estava achando da India, e fui sincero quando disse estava gostando bastante. Disse que a India estava bastante popular no Brasil, e que Yoga, meditacão e vegetarismo eram bastante difundidos no Brasil. Ficaram bastante surpresos.

Antes da minha viagem, todos os feedbacks que tinha recebido eram de que a India não era um lugar legal. Muita pobreza, falta de saneamento, comida extremamente apimentada. População absurda de 1,4 bilhões de habitantes. Fui com muito receio e com a expectativa muito baixa. Como sempre, quando não espera-se nada, a viagem surpreende. Um dos indianos fez uma associacão interessante: "quando o casamento se dá por amor, a expectativa é alta, e o resultado às vezes decepciona. Ao contrário dos casamentos arranjados, típicos entre os hindús, cuja expectativa é nula, e acaba dando certo".

Na hora do almoço, retornamos ao hotel para comer, por sugestão do Estaleiro. Imagino a comida da cantina do estaleiro, como deve ser apimentada. Uma coisa é "apimentada" para turista. Outra coisa é para os locais. Acho que nos mata. Depois de mais reuniões, deixei a mala no hotel, e parti direto para o maior shopping center da cidade. Como comprador, não poderia desperdiçar a oportunidade num "low-cost-country". Sucesso total.

Mesma rotina na 3a-feira: reuniões. Na volta ao hotel, fui testar o spa. Uma hora de massagem geral. Nome complicadíssimo, que nem me arrisco em tentar lembrar. Mulher faz massagem em mulher…

Um dos pontos altos da viagem foi o jantar com o cliente (DOF). No resort Taj, o restaurante RICEBOAT é parada obrigatória. Sua especialidade é frutos do mar. A carta de vinho era requintadíssima. Tinha até Chateux Rothschild. Tudo perfeito: entrada (tiger prawn, caranguejo inteiro empanado e lula), diversos pratos (peixes variados com diversos molhos, junto com lagosta à termidor com champignon), vinho de Bourgogne (Pinot Noir) e um suflê de côco de sobremesa. Classificou-se diretamente entre meus TOP 5.

Novas reuniões na 4a-feira, seguidas de uma volta pelas instalacões do estaleiro. De volta ao hotel, ainda deu tempo para uma aula de Yoga antes do jantar. Check-out e rumo ao aeroporto. Horário horroroso para a volta (4h). Um controle para partidas internacionais fora do normal. Desde o estacionamento, já comecam a pedir pela sua passagem. Passaporte e passagem antes de entrar no prédio do aeroporto. Outra parada antes da área de check-in. Raio-X na mala antes do check-in. Check in, seguido de mais 5 paradas antes de entrar no avião. Incrível. Companhia aérea nota 10 essa EMIRATES! O trecho Cochin-Dubai-Frankfurt-Oslo-Ålesund foi feito em 28 horas. Só mesmo o grito de PAPAI, seguido de um beijo e abraço da filha e da esposa para recuperar minhas energias! Incredible experience!

 

Fotos:
 

 

 

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